Antonio Fagundes, que interpretou Ivan na primeira versão de Vale Tudo (1988), expressou preocupação com o remake da novela, que estreia em 31 de março na TV Globo. O ator afirmou que revisitar tramas icônicas pode ser um erro, principalmente quando a versão original ainda está acessível ao público, como é o caso do folhetim, disponível no Globoplay.
“Você fazer o registro de uma obra icônica, que funcionou em todos os seus detalhes, com o registro dela ainda na sua mão, é uma temeridade. Você está correndo um risco de errar muito grande”, disse ele no podcast Novelão, produzido pela coluna Play, do jornal O Globo.
Antonio Fagundes explicou que remakes fazem sentido quando resgatam uma obra que se perdeu ou quando a produção original teve problemas. Ele citou A Viagem (1994), que foi um remake da versão exibida pela TV Tupi (1950-1980) na década de 1970, cujos registros foram apagados após o fechamento da emissora.
No podcast, o ator também mencionou Pantanal (2022), afirmando que a nova versão teve justificativa, pois a exibição original da extinta TV Manchete (1983-1999) não estava amplamente disponível. No entanto, ele argumentou que Vale Tudo não se encaixa nesse perfil das outras tramas.
“As pessoas recorriam ao Renascer antigo. Por mais bem-feito que tenha sido, tem um registro icônico que ficou na sua memória e no qual você pode voltar. Temo que vá acontecer o mesmo com Vale Tudo. O público já assistiu cinco, seis, sete vezes. Então, é um grande risco”, afirmou o ator, citando outro remake recente da TV Globo.
A nova versão Vale Tudo, escrita por Manuela Dias, trará de volta personagens clássicos da versão de 1988. A trama acompanha Raquel (Taís Araújo), uma mulher batalhadora que leva um golpe da filha, Maria de Fátima (Bella Campos), e decide ir atrás dela no Rio de Janeiro. O folhetim substituirá Mania de Você na faixa das 21h.


