O ex-zagueiro e tetracampeão mundial Ricardo Rocha é o convidado do CNN Esportes S/A deste domingo (9). Em entrevista a João Vitor Xavier, o ex-jogador analisou a fase da seleção brasileira, cobrou união dos atletas e elogiou o técnico Carlo Ancelotti. O programa vai ao ar às 21h15, na CNN Brasil e no YouTube do CNN Esportes.
Ricardo Rocha destacou a importância do treinador italiano no cenário mundial. “Ancelotti, em qualquer país do mundo, se você anunciar ele como treinador, as pessoas vão reverenciar. E eu reverencio ele como treinador. O Real Madrid dele é mais do que muitas seleções”, afirmou.
Contudo, o tetracampeão pontuou a necessidade de mais voz e presença dentro do vestiário da seleção. “Esses jogadores precisam dar cara. Está faltando liderança forte e pesada”, completou Ricardo Rocha.
Ricardo Rocha fala sobre Neymar e Copa de 2026
Durante o programa, o ex-jogador também comentou sobre Neymar e a possibilidade de o camisa 10 disputar a próxima Copa do Mundo. “Você é importante para a nossa seleção. Muitos acham que não, mas para mim é. Só que precisa querer. Hoje, eu não o levaria para a Copa, ele não está preparado”, disse.
O ex-zagueiro ainda defendeu a necessidade de um diálogo direto com o atleta. “A gente precisa chamar o Neymar e conversar com ele. Acorda para Jesus, é a última Copa. Vai querer ganhar essa Copa do Mundo? Eu confio em você.”
Rocha também apelou por mais concentração durante as competições internacionais, criticando o excesso de distrações. “Toda hora é ‘minha família, meu pai’. Esquece um pouquinho. Não tá ninguém morto. Fiquem só eles, porque quando perde, são só eles que sofrem.” Segundo o ex-atleta, o desempenho da equipe tem sido prejudicado. “Tem hora para tudo. Na Copa, é foco total.”
Análise das SAFs e bastidores do Tetra
Além da Seleção, o convidado analisou o momento dos clubes brasileiros e o impacto das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs). “O Cruzeiro, se não fosse toda essa união, estaria na Série C. O Ronaldo pegou o clube em uma situação difícil e colocou a casa em ordem”, lembrou.
Sobre o Bahia, o tetracampeão foi enfático: “A maior SAF do Brasil está no Nordeste, é do Bahia. 100% das dívidas pagas. É o único time nordestino que eu vejo com potencial para ser campeão brasileiro ou da Libertadores.”
Ao final da entrevista, o ex-zagueiro relembrou os bastidores da conquista do Tetra, em 1994, e contou a origem do gesto das icônicas mãos dadas da Seleção. “As mãos dadas foram criadas por mim, na minha terra, quando a gente estava sendo vaiado. É o grupo. Ninguém ganha nada sozinho na vida.”


