A atriz Ana Lúcia Torre volta às telas da Globo a partir desta segunda-feira (29), com a reprise de Alma Gêmea (2005) no Vale a Pena Ver de Novo. Na trama exibida originalmente pela emissora no horário das seis, ela interpreta Débora, uma das vilãs mais marcantes da sua carreira. Em entrevista, a atriz relembra o processo de construção da personagem, as cenas mais marcantes e a parceria com Flávia Alessandra, que viveu Cristina, sua filha na ficção.
Para dar vida à vilã Débora, Ana Lúcia Torre se inspirou na elegância e compostura da família da personagem. “Comecei a estudar a personagem e a família dela, que sempre se portaram de forma muito elegante. A mãe, interpretada por Walderez de Barros, e a Elizabeth Savala, também do núcleo familiar, sempre estavam muito bem-vestidas, falando um português castiço, bem-comportadas, educadíssimas. Por isso, decidi ir por esse lado, uma pessoa finíssima, com uma aparência exterior elegante, educada, mas que quando fecha a porta do quarto vira o capeta [risos]”, conta a atriz.
Cenas marcantes de Alma Gêmea
A cena da morte de Débora foi uma das mais difíceis de gravar, segundo Ana Lúcia Torre. “A cena mais difícil foi a última quando a personagem morre e é levada por espíritos do mal para um labirinto e ela não tem como sair de lá. Ela vai se rasgando toda com tudo que a persegue. Foi difícil fazer a construção de medo e pânico. Eu tinha um lugar certo pra virar, um ângulo certo para a câmera e tudo tinha que estar presente. Em um plano sequência é muito difícil fazer isso, tanto para o ator, quanto para o câmera que fica com o equipamento no ombro. Foi durante uma manhã toda, e depois vimos que ficou muito legal”, relembra.
Já a cena mais divertida foi a da morte de Rafael, quando Débora tenta envenená-lo, mas acaba se atrapalhando. “A cena mais divertida foi definitivamente a da morte. A personagem prepara uma bandeja com o copo certo para dar para o Rafael, personagem do Eduardo Moscovis, que eu queria matar. Mas Débora era tão exigente com os funcionários que quando a personagem arrumou os copos, acabou deixando a badeja bagunçada e o mordomo (Ernesto Piccolo), antes de servir, com medo de ser chamado a atenção, deixou os copos arrumados. Eu não sabia qual copo pegar, tinha um ar de alegria na cena, e foi muito divertido. Demos muita risada fazendo aquilo”, diverte-se a atriz.
Parceria com Flávia Alessandra
Ana Lúcia Torre fez elogios à parceria com Flávia Alessandra, que interpretou Cristina, a sua filha na novela. “Minha parceria com a Flávia Alessandra foi absolutamente maravilhosa, ambas lembram com um carinho extremo dessa relação. Desde o primeiro dia de gravação firmamos um compromisso de chegar uma hora antes para passar o texto várias vezes e cada vez de formas diferentes. Fazíamos quatro, cinco vezes a mesma cena. Eu como protagonista, depois ela, depois num embate. E nós gravávamos muito, umas 25 cenas por dia”, conta.
Repercussão da personagem
A vilã Débora foi um grande sucesso de público e gerou diversas reações nas ruas, segundo a artista. “Quando comecei com as minhas maldades, a Elizabeth Savala dizia para eu tomar cuidado na rua porque as pessoas iam querer me bater. Mas, na verdade, foi o completo oposto, as pessoas riam quando me viam na rua e perguntavam qual seria a maldade do dia. Foi muito maluca a repercussão do público, justamente o oposto do que eu esperava”, conta Ana Lúcia Torre.
Atualmente, Ana Lúcia Torre está se dedicando a projetos para o teatro, mas não descarta novos trabalhos na televisão. “Faz tempo que eu não trabalho com ele [Walcyr Carrasco, autor de Alma Gêmea], mas acho que já fizemos seis trabalhos juntos. Todos eles foram muito bons e tiveram um grande sucesso”, diz a atriz sobre a possibilidade de voltar a trabalhar com o autor do folhetim que volta ao Vale a Pena Ver de Novo nesta segunda (29).