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Andréia Sadi relembra início da carreira: “Tive que me masculinizar”

Jornalista falou sobre as dificuldades enfrentadas por mulheres na cobertura de política, área dominada por homens

Andréia Sadi durante apresentação do Estúdio i
Andréia Sadi relembrou início da carreira na cobertura política - Foto: Reprodução
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Aos 37 anos, Andréia Sadi comentou sobre a dificuldade de se destacar como mulher na cobertura jornalística de política e sociedade, áreas tradicionalmente dominadas por homens. A jornalista, que atualmente é titular do programa Estúdio i, da GloboNews, explicou que acabou se ‘masculinizando’ para ganhar respeito nesse ambiente profissional.

“Sempre ficava pensando em como deveria ir vestida para fazer uma cobertura. Eu era jovem demais, e chegar a Brasília muito garota naquele ambiente de pessoas mais experientes na política… Isso me colocava em teste o tempo todo. Foi minha arma e meu escudo. Tive que me masculinizar no sentido tradicional que a gente conhece: usava calça, tirava brinco, prendia o cabelo… Achava que era a única mulher naquela cobertura, e eu queria ser respeitada. Nenhum homem devia pensar em nada daquilo”, relatou.

Após um longo período se inspirando em colegas homens, Andréia Sadi passou a narrar os fatos de forma mais informal, o que a aproximou do público. “As pessoas começaram a se identificar. A intenção da política é de que as pessoas não a entendam. Meu propósito sempre foi o contrário de ser professoral, mas de aproximar, porque é da nossa conta o que está acontecendo em Brasília. Se você não entender, não tem como participar”, disse ela durante participação no Power Trip Summit, um encontro de lideranças femininas promovido pela revista Marie Claire em Belo Horizonte (MG).

Andréia Sadi lamenta a dificuldade das mulheres em serem eleitas na política brasileira, reflexo de uma parte da sociedade que ainda resiste à mudança. “A política é dominada por homens em todas as esferas, e eles não têm interesse em promover políticas de inserção porque têm interesse na manutenção das hierarquias. Ninguém vai dizer isso em lugar nenhum, mas, no fundo, querem que homem continue mandando e mulher, obedecendo”, afirmou.

A apresentadora da GloboNews reconhece que a união com outras colegas femininas foi crucial para sua consolidação na área. “O poder dos homens está em estimular a competição e a rivalidade entre nós. No trabalho, quando nos unimos, nos tornamos imbatíveis”, disse a jornalista.

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