Buchecha relembra com emoção a ausência do ex-parceiro Claudinho (1975-2002) em entrevista que vai ao ar nesta segunda-feira (28), às 22h45, no programa Sensacional, da RedeTV!. Para Daniela Albuquerque, o cantor fala sobre a dor que carrega desde o acidente de carro que causou a morte do colega há mais de duas décadas, e como o episódio mudou o rumo de sua vida pessoal e profissional.
“A saudade é irreparável e é impossível esse lugar ser ocupado”, diz o artista, que durante sete anos dividiu os palcos com Claudinho em uma das duplas mais marcantes do funk melody brasileiro. A saudade, segundo ele, continua forte mesmo após tantos anos. O cantor ainda revela os pensamentos de culpa que surgiram no momento da tragédia. “Você traz uma culpa que não é sua”, disse.
Ao relembrar o acidente, o cantor Buchecha conta que o primeiro impulso foi questionar a Deus: “Eu só olhei para o céu e falei assim: ‘Deus, por quê?’. Foi só isso que eu falei para Deus. Porque sempre fomos dois irmãos e Deus, mais do que ninguém, sabe o quanto eu admirava aquele menino. Aí na minha cabeça eu fiquei pensando: Por que eu não orei? Começa a vir as culpas”, lamentou.
Durante a entrevista, Buchecha compartilha um gesto de Claudinho que ganhou novo significado após a tragédia. Pouco antes do acidente, o parceiro autografou diversos CDs para a filha, então com três anos, e pediu que fossem entregues a ela aos 15.
Com o fim precoce da dupla, o cantor Buchecha enfrentou um período difícil de depressão. “Eu estava em uma depressão ferrenha, trancado dentro do quarto, não queria ver a luz do dia e não saía para tomar sol”, confessa. Ele relata que o carinho das crianças de uma van escolar, que passava em frente à sua casa, foi essencial para seguir em frente. “E quase todo dia essa van escolar parava lá com as crianças e ficavam: ‘Buchecha, cadê você? Eu vim aqui só para te ver’”, afirma.
No bate-papo com Daniela Albuquerque, o cantor reforça a admiração pelo parceiro e reconhece sua importância no sucesso da dupla. “Atribuo a ele a grande responsabilidade e a benção de a gente ter alcançado o sucesso que alcançamos. Eu preferia tê-lo aqui, seja da maneira que for, ainda que a gente não estivesse mais cantando junto.”


