Amauri Soares, diretor dos Estúdios Globo, TV Globo e Afiliadas, disse que a emissora não segue algoritmos para tentar virar unanimidade em tempos de polarização. Em entrevista, o executivo afirmou que a Globo não pretende agradar a todos, mas sim ser uma “praça pública”, pautada pela relevância dos assuntos.
Questionado sobre os desafios de comandar a maior TV do país em meio à divisão política, Amauri Soares ressaltou que o objetivo não é ficar em cima do muro. “A gente não quer agradar a todo mundo. Queremos ser relevantes. Você pode gostar ou concordar com uma história ou não, achar que em determinado assunto a gente avançou muito rápido e em outro demorou demais, mas quero que você reconheça a relevância do conteúdo”, afirmou.
Amauri Soares também comentou sobre a produção para uma sociedade polarizada, propondo um espaço de conversa para tratar temas delicados e criar tolerância. “Precisamos tratar temas delicados buscando criar tolerância. Queremos ser a praça pública, sem algoritmos, onde as pessoas se respeitam. A Globo é para todos”, completou o executivo.
A Globo retomou, em 2024, a produção de seu núcleo de Humor, que havia sido encerrado após o escândalo envolvendo Marcius Melhem, acusado de assédio, o que ele nega. Amauri Soares foi questionado sobre a possibilidade de Melhem retornar à emissora. “Não sei. Marcius é um grande artista, mas não depende só da minha vontade. Precisamos entender como o caso dele vai se concluir”, pontuou.
Na entrevista para a Folha de S.Paulo, o diretor da Globo falou sobre os bastidores da contratação de Eliana Michaelichen. “Sabíamos que Ivete Sangalo não continuaria no The Masked Singer e queríamos um grande apresentador. Ouvimos que Eliana, com uma carreira impecável, vivia um desgaste grande com o SBT”, explicou.
“Entrei em campo, vi que estava desgastada mesmo e criamos um pacote, que inclui o Saia Justa, um especial de Natal e um programa de Black Friday”, disse Amauri Soares. O chefão da Globo negou que a emissora tem buscado novos talentos em realities como o Big Brother Brasil.
“Para atuar, não. Tem essa conversa de estarmos trocando atores experientes por ex-BBBs, mas não é verdade. Em 25 anos, temos um caso, o de Grazi Massafera, e esse caso foi indicado ao Emmy. Jade Picon fez uma novela só, e ela nunca foi só uma ex-BBB. Já tinha uma carreira”, disse Amauri Soares.