O ator Francisco Cuoco morreu aos 91 anos nesta quinta-feira (19), em São Paulo. Um dos maiores nomes da televisão brasileira, ele estava internado no Hospital Albert Einstein, na zona sul da cidade. A causa da morte não foi divulgada. Com mais de cinco décadas de carreira, o artista marcou gerações com papéis de destaque no teatro, no cinema e em dezenas de novelas da TV Globo.
Francisco Cuoco nasceu em 1933 no bairro do Brás, na capital paulista. Aos 20 anos, deixou o curso de Direito para ingressar na Escola de Arte Dramática de São Paulo. Formou-se quatro anos depois e integrou o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Em 1959, passou a atuar no Teatro dos Sete, ao lado de nomes como Fernanda Montenegro e Sérgio Britto.
O início na televisão aconteceu no Grande Teatro Tupi, que exibia peças adaptadas ao formato televisivo. “A TV ainda era ao vivo e, lógico, tínhamos que improvisar muito. Foi um aprendizado incrível”, disse o ator ao Memória Globo. Sua primeira novela foi Marcados pelo Amor (1964), na Record. Depois, veio o sucesso Redenção (1966), na TV Excelsior (1960-1970).
Na TV Globo, a estreia ocorreu em 1970 com a novela Assim na Terra Como no Céu, escrita por Dias Gomes. Francisco Cuoco interpretava o padre Vitor. Ao longo da década de 1970, tornou-se protagonista de várias produções de Janete Clair, como Selva de Pedra (1972), O Semideus (1973) e Pecado Capital (1975), onde deu vida ao popular taxista Carlão.
Em entrevista ao Memória Globo, Francisco Cuoco destacou a importância da técnica na atuação: “É importante que o ator tenha uma percepção que eu chamo de inteligência cênica (…). Eu prefiro que o personagem sufoque o Francisco”. Com esse método, o artista ganhou prestígio e respeito entre os colegas, especialmente os mais jovens.
Em Pecado Capital, Cuoco dividiu a cena com Betty Faria e Lima Duarte. Na nova versão da novela, em 1998, assumiu o papel de Salviano Lisboa. Também esteve em produções como O Outro (1983), O Salvador da Pátria (1989), Passione (2010), Sol Nascente (2016) e Segundo Sol (2018), reforçando sua imagem na teledramaturgia.
No fim dos anos 1990, o ator se dedicou ao cinema, atuando em filmes como Traição (1998), Gêmeas (1999), Um Anjo Trapalhão (2000), A Partilha (2001) e Cafundó (2005). Em 2005, retornou aos palcos com a peça Três Homens Baixos, contracenando com Gracindo Jr. e Chico Tenreiro. O último trabalho na televisão foi uma participação na série No Corre, do canal Multishow, em 2023.
Francisco Cuoco deixa três filhos: Tatiana, Rodrigo e Diogo.