A Globo decidiu manter os contratos publicitários com a Esportes da Sorte, principal empresa envolvida na Operação Integration, mesmo após a prisão de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da companhia. A operação policial mira uma organização criminosa acusada de envolvimento em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. A emissora considera que, por enquanto, não há justificativa para interromper a parceria.
Segundo informações do site F5, da Folha de S.Paulo, a emissora avalia que os acordos com a Esportes da Sorte não violam os termos de negociação de sua área comercial. A decisão interna se baseia no entendimento de que a empresa segue em funcionamento no Brasil, e que a prisão de seu dono não compromete sua operação. Outro exemplo citado pela Globo é o caso da JBS, cujos proprietários foram presos em 2017, mas a companhia continuou investindo em publicidade no canal.
O debate sobre o futuro da Esportes da Sorte dentro da Globo surgiu em razão das acusações de jogos ilegais e lavagem de dinheiro. A empresa, que atua no setor de apostas esportivas, está sendo investigada pela Polícia Federal. Apesar disso, a emissora decidiu manter os anúncios da casa de apostas, que continuam sendo exibidos nos intervalos comerciais, incluindo em partidas de futebol transmitidas nesta semana.
Em 2023, a Esportes da Sorte investiu R$ 80,2 milhões no patrocínio do Big Brother Brasil 24. Foi a primeira vez que uma empresa de apostas patrocinou o reality show da Globo. O caso é observado com atenção, mas, até o momento, a emissora não deu sinais de que reconsiderará os contratos em vigor. Procurada pela reportagem, a TV Globo declarou que não comentará o caso.
Em comunicado, a Esportes da Sorte afirma que presta esclarecimentos à Justiça desde março de 2023 e defende que há uma “interpretação precipitada e equivocada dos fatos” por parte das autoridades. A empresa argumenta que a operação policial será contestada judicialmente e que, durante as investigações, nenhum equipamento, documento ou objeto foi apreendido em suas sedes.
“A operação policial será impugnada perante o juízo competente, demonstrando-se que houve interpretação precipitada e equivocada dos fatos apurados, sem qualquer análise ou consideração dos argumentos já apresentados. Tanto é assim que a autoridade policial não apreendeu qualquer objeto, documento ou equipamento na sede da empresa”, diz a empresa parceira da Globo.