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LUTO

Ilva Niño morre aos 89 anos no Rio de Janeiro

Atriz estava internada no Hospital Quali, em Ipanema, na zona sul do Rio, desde o dia 13 de maio, quando passou por uma cirurgia cardíaca

Ilva Niño no lançamento da novela Cama de Gato, em 2009
Ilva Niño no lançamento da novela Cama de Gato, em 2009; atriz morreu aos 89 anos - Foto: TV Globo/Zé Paulo Cardeal
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A atriz Ilva Niño morreu nesta quarta-feira (12), aos 89 anos, no Rio de Janeiro. A artista estava internada no Hospital Quali, em Ipanema, na zona sul do Rio, desde o dia 13 de maio, quando passou por uma cirurgia cardíaca. Na televisão, ela teve uma carreira de sucesso, com participação em mais de 30 novelas e séries.

Ilva Niño foi casada com Luiz Mendonça e teve um filho, Luiz Carlos Niño, ambos já falecidos. A intérprete ficou conhecida pelo papel da empregada Mina, da novela Roque Santeiro (1985). Atualmente ela está no ar na reprise de Cheias de Charme (2012), no bloco Edição Especial, nas tardes da TV Globo, interpretando Epifânia, mãe de Socorro (Titina Medeiros) e Naldo (Fabio Lago).

Ilva Niño Mendonça é natural da cidade de Floresta, em Pernambuco, e faria 90 anos no dia 15 de novembro. Começou no mundo artístico durante sua formação na Escola Normal, onde participou de um curso de teatro grego ministrado por Ariano Suassuna, que resultou em sua atuação na montagem amadora de Antígona, de Sófocles.

Após essa experiência, Ilva Niño decidiu estudar artes cênicas de maneira séria e deu início à sua carreira. Ela se destacou ao se envolver no Movimento de Cultura Popular em Pernambuco, durante o governo de Miguel Arraes, no início dos anos 1960.

Com o golpe militar de 1964, o pai de seu marido, o também ator Luiz Mendonça, tornou-se secretário de Segurança, o que permitiu ao casal deixar o Recife com segurança, onde havia risco de prisão. A viagem para o Rio de Janeiro, escolhida por ter um familiar na cidade, durou 18 dias, pois evitavam os caminhos convencionais.

Eles já conheciam o Rio, pois haviam se apresentado no festival de teatro da então capital com O Auto da Compadecida, em 1957, peça que rendeu a Ariano Suassuna o prêmio de melhor autor. Mesmo com a instalação do regime militar, Ilva continuou seu trabalho de conscientização em uma fábrica chamada Flecha Carioca, que produzia utensílios de plástico.

Em razão das encenações realizadas na porta da empresa, Dias Gomes convidou Ilva e Luiz Mendonça para atuarem em sua peça O Berço do Herói, em 1965, com o intuito de ajudá-los financeiramente. Pouco depois, com a proibição da peça, Gomes os convidou para participar de O Pagador de Promessas, onde Ilva interpretou Rosa, esposa de Zé do Burro, papel de Leonardo Villar.

Com a entrada de Dias Gomes na Globo, a atriz o acompanhou para a emissora, onde atuou inicialmente em Verão Vermelho, em 1969, e posteriormente em outras novelas do autor, como Bandeira 2 (1971), onde Ilva interpretou Santa, uma integrante de uma família de retirantes nordestinos.  

Em Roque Santeiro (1985), Ilva deu vida à Mina, empregada doméstica e confidente da viúva Porcina (Regina Duarte). “Uma pontinha de nada em Roque Santeiro, e a Mina não morreu nunca, até hoje todo mundo grita pela Mina na rua. Foi um grande sucesso, merecidamente um grande sucesso. Dias fez uma parte, depois Aguinaldo Silva pegou a outra parte e continuou o grande sucesso”, disse ela ao Memória Globo.

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Túlio Medeiros
Editor-chefe do Portal da TV e escreve sobre televisão e colabora com sites de entretenimento desde 2010. Além de novelas e programas de auditório, sua preferência nas telinhas é acompanhar telejornais locais e nacionais das principais emissoras brasileiras.

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