A Liberty Media, empresa que controla a Fórmula 1, decidiu retomar a parceria com a Globo a partir de 2026. A escolha ocorreu apesar da proposta mais baixa da emissora carioca, de US$ 8 milhões por temporada, e da promessa de transmitir apenas oito das 24 corridas na TV aberta. Band e Record fizeram ofertas superiores, mas perderam a disputa pela preferência histórica da Globo entre espectadores brasileiros.
O que aconteceu?
- Fórmula 1 volta à Globo em 2026 após cinco anos fora da emissora
- Liberty Media analisou ofertas de Globo, Band e Record no Brasil
- Band ofereceu US$ 10 milhões com transmissão aberta das 24 provas
- Record propôs US$ 13 milhões e cobertura completa incluindo pódio
- Globo venceu oferecendo US$ 8 milhões e apenas 8 provas na TV aberta
- Liberty Media priorizou expectativa maior de audiência com a Globo
- Empresa aposta que Globo entregará o mínimo de oito pontos no Ibope
- Brasil é visto como estratégico pela F1 para números globais de audiência
Segundo informações da colunista Julianne Cerasoli, do UOL, a Band ofereceu US$ 10 milhões anuais e garantiu todas as etapas da Fórmula 1 em televisão aberta, além da manutenção das transmissões da classificação. Já a Record fez uma proposta ainda mais agressiva, com US$ 13 milhões por temporada. A emissora de Edir Macedo prometeu também um “esquenta” de meia hora antes das corridas e a transmissão integral da cerimônia do pódio após cada Grande Prêmio.
+ Globo volta a transmitir Fórmula 1 a partir de 2026
Apesar dos valores superiores e da exposição maior proposta pelas concorrentes, a Liberty Media avaliou que o retorno da Fórmula 1 à Globo oferece maior potencial de audiência. A empresa acredita que a emissora carioca consegue garantir ao menos oito pontos de audiência nos GPs matutinos. Atualmente, a transmissão feita pela Band atinge cerca de quatro pontos no mesmo horário, índice considerado insuficiente pela organização internacional.
Estratégia da Fórmula 1 é baseada na audiência
Embora o Brasil represente um mercado com valores contratuais relativamente baixos em comparação a outros países, sua importância estratégica é grande para a Fórmula 1. Ainda conforme a publicação, o contrato britânico com a Sky Sports, por exemplo, supera 1 bilhão de libras por cinco anos. Entretanto, o território brasileiro se destaca pela audiência expressiva e pela presença massiva nas mídias digitais, fator decisivo para a Liberty Media.
Nas redes sociais, o Brasil é o segundo maior mercado global em número de seguidores da Fórmula 1 no Instagram. Para a Liberty Media, o potencial brasileiro é determinante para ampliar os índices globais de audiência. A expectativa é que a força da Globo como líder histórica no segmento de televisão aberta garanta números expressivos para a categoria, compensando o valor mais baixo do contrato negociado.
Com a decisão tomada, a Fórmula 1 encerra quatro temporadas consecutivas de transmissões exclusivas pela Band. A Globo transmitiu a categoria automobilística até 2020 e, agora, volta a exibir a modalidade esportiva em 2025, retomando uma relação histórica que fortaleceu o automobilismo no Brasil nas últimas décadas. Na época, o rompimento com a emissora líder foi motivado por fatores financeiros, ocasionados pela crise sanitária.