Musa do cinema e da televisão brasileira entre as décadas de 1970 e 1990, Nicole Puzzi participa do Sensacional, comandado por Daniela Albuquerque, nesta segunda-feira (22), às 22h45, na RedeTV!. Na entrevista, a atriz relembra os episódios de assédio que marcaram o início de sua carreira e revela como as mulheres precisavam lidar com situações de violência em silêncio.
Nicole Puzzi descreve o ambiente da época como hostil. “Você não podia ir em um escritório se não fosse com uma amiga ou com alguém do seu lado”, afirmou. Em seguida, relembrou um episódio marcante. “Briguei com o diretor de redação da Playboy porque ele me assediou. Eu o derrubei, joguei ele para fora do meu fusca”, contou, destacando a importância da resistência feminina nos anos 1980.
Além disso, a atriz ressalta que muitas mulheres se calavam diante da pressão. “A gente liberou muito as mulheres, porque naquela época, se você reclamasse, a culpa ia ser sua”, disse. O depoimento resgata a forma como artistas de sua geração abriram espaço para discussões sobre liberdade e respeito dentro da indústria do entretenimento.
Entre carreira e maternidade
No auge da carreira, Nicole Puzzi engravidou da filha Dominique e enfrentou pressão de um diretor. “Acho que ele pensou no filme dele. Ele perguntou se eu iria tirar e eu falei que não. Ele disse: ‘Por que não? A gente vai para Hollywood. Como que você não vai tirar?’”, recordou. Segundo ela, outras atrizes talvez aceitassem interromper a gestação, mas desejava muito ser mãe.
A intérprete deu à luz a filha aos 24 anos e destacou que a maternidade sempre foi prioridade em sua vida pessoal. Para ela, o vínculo familiar esteve acima de propostas profissionais, mesmo diante de oportunidades que poderiam alterar sua carreira.
Emoção ao falar da família
A atriz se emocionou ao lembrar do irmão, diagnosticado com esclerose múltipla há mais de 30 anos. “Foi uma mudança total na vida dele e na minha vida. Ele estava muito bem, trabalhava, viajava, e de repente se viu com a esclerose. Na época, o convênio médico não aceitava doença pré-existente, então a gente pagava quatro injeções por mês de R$ 1 mil cada”, relatou. Na atração, ela ainda recebeu uma mensagem carinhosa do familiar.