Em uma tarde ensolarada na zona rural de Vila da Mata, dois influentes coronéis da região, Justino (Mauro Mendonça) e Boanerges (Tony Ramos), se enfrentam em uma corrida de cavalos. Representados por seus peões Tomé (Eriberto Leão) e Tobias (Malvino Salvador), ambos mobilizam seus seguidores para a disputa, dividindo a torcida local em dois grupos fervorosos.
O evento é comandado pelo vigário (John Herbert), que incentiva as apostas, visando arrecadar fundos para sua paróquia. Enquanto a população se diverte, os coronéis levam a competição a sério. Os coronéis, líderes políticos de facções opostas, veem no evento uma oportunidade de afirmar seu prestígio na comunidade. A cada aposta, seus peitos se enchem de orgulho, alimentados pela confiança do povo.
No entanto, a rivalidade entre Justino e Boanerges é evidente, e qualquer possibilidade de entendimento entre os dois é inexistente. Boanerges perde a primeira corrida, cumpre sua promessa de raspar o bigode, mas não se dá por vencido. Ele provoca uma nova disputa, e dessa vez, é Justino quem sai derrotado. Revoltado, Justino demite Tomé, acreditando que seu peão o traiu.
A história central de Cabocla envolve o amor entre a cabocla Zuca (Vanessa Giácomo) e o jovem advogado carioca Luís Jerônimo (Daniel de Oliveira), que se desenrola em meio às acirradas disputas políticas. No ano de 1918, Boanerges, um coronel muito querido em Vila da Mata, é conhecido por apadrinhar inúmeras crianças. “Eu digo sempre que não tenho eleitor, tenho amigos”, afirma ele a seu primo Luís Jerônimo, quando ele chega em sua fazenda.
Boanerges é casado com Emerenciana (Patrícia Pillar), e juntos têm uma filha, Belinha (Regiane Alves). Eles aguardam a chegada de um segundo filho, a quem Boanerges chama carinhosamente de “rapa de tacho”, esperando que seja um menino para se igualar a Justino, que tem um casal de filhos. Por outro lado, Justino, viúvo, também é um influente líder político na região, mas enfrenta a oposição dos próprios filhos, Neco (Danton Mello) e Mariquinha (Carolina Kasting).
Mariquinha, professora na escola rural de Vila da Mata, e Neco, estudante de Direito no Rio de Janeiro, discordam do conservadorismo do pai. Neco, em especial, vive um dilema: abandonar os estudos para trabalhar na fazenda e estar mais próximo do povo simples que o viu crescer. Justino, porém, recusa-se a discutir essa possibilidade com o filho.
Enquanto os coronéis travam suas disputas, seus filhos, Belinha e Neco, se conhecem durante uma viagem de trem do Rio de Janeiro a Pau D’Alho, última parada antes de Vila da Mata. Sem saber que são filhos de rivais, os jovens se encantam um pelo outro no instante em que seus olhares se cruzam. O que Neco e Belinha ainda desconhecem é que a rivalidade entre suas famílias será intensificada assim que ambos chegarem à Vila da Mata, dando início a uma verdadeira guerra familiar, impulsionada pela paixão que nasce entre eles.
