O Globoplay lançou nesta quinta-feira (16) a série documental original O Caçador de Marajás. A produção, assinada pela Boutique Filmes e pela Waking Up Films, narra a ascensão e queda de Fernando Collor de Mello. A obra é dividida em sete episódios e reúne depoimentos de ex-presidentes da república, jornalistas, familiares, amigos e funcionários da família Collor.
O arco temporal da série se concentra na rápida transformação de Collor, desde quando era governador de Alagoas, onde se tornou popular como Caçador de Marajás, até a eleição para presidente. A produção atravessa o período de seu governo e termina com sua saída da presidência, em 1992. Para contextualizar o núcleo familiar, sequências que narram sua infância e juventude também foram incluídas.
O Caçador de Marajás: da tragédia familiar ao destino do país
Charly Braun, roteirista e diretor da série, revela que iniciou as pesquisas para o projeto há dez anos. “A saga da era Collor revela uma série de ineditismos históricos, é cheia de singularidades e recheada de personagens riquíssimos, motivo pelo qual há muitos anos eu namorava a ideia de transformá-la numa série documental”, comentou.
“Via nessa história todos os elementos dramatúrgicos e cinematográficos das grandes tramas de ficção. Diria até que este seria um caso clássico em que a realidade ‘supera’ a ficção”, revela Braun.
O diretor também destaca a mistura de drama pessoal com a política nacional. “A meteórica ascensão de Collor e sua brutal queda, cujo estopim foi uma briga com seu irmão caçula, mistura de maneira fascinante uma tragédia familiar —com todas as questões íntimas e afetivas que isto implica— com o destino de um país”, afirma Charly Braun.
O processo de produção exigiu uma apuração extensa. “A equipe mergulhou em um extenso processo de apuração e entrevistas que a levou a percorrer diferentes regiões do Brasil em busca de vozes, documentos e registros pouco explorados”, comenta Marcelo Campanér, produtor da Waking Up Films.
Gustavo Mello, produtor da Boutique Filmes, reforça o minucioso trabalho de pesquisa que compõe o projeto. “A série conta com um acervo riquíssimo e valioso da Globo, além de outros arquivos extremamente relevantes para dar conta do amplo recorte histórico. Estamos falando de mais de sete décadas –desde a infância de Collor em Alagoas, nos anos 1950, até os dias de hoje”, disse.
“Acompanhamos não apenas a trajetória pessoal e sua ascensão política, mas também as transformações do Brasil nesse período –um percurso que ajuda a compreender como passado e presente ainda se entrelaçam”, conclui Mello.