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CASAS DE APOSTAS

PGR contesta leis que autorizam atuação de bets e pede suspensão no STF

Procuradoria-Geral da República entrou com ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra leis que regulamentam bets no Brasil

Imagem com foto de uma mão segurando um celular com aplicativo de uma bet
PGR pede no STF suspensão de leis que autorizam operação de bets no Brasil - Foto: Reprodução
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar as leis que legalizaram e regulamentaram o mercado de apostas esportivas e bets no Brasil. Em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), a PGR busca suspender as leis nº 14.790/2023 e nº 13.756/2018, além de portarias editadas pelo Ministério da Fazenda que instituem as regras para a modalidade de apostas de quota fixa.

A prática de quota fixa consiste em apostas que determinam o valor do prêmio possível no momento da aposta, seja em eventos reais ou virtuais, conforme explicou a PGR. A ação pede uma liminar para que, caso o STF defira a suspensão das normas, a atuação das bets seja imediatamente interrompida no país. O órgão argumenta que o mercado de apostas, na forma atual, fere princípios constitucionais e representa um risco ao bem-estar social.

A regulamentação do setor de apostas esportivas teve início em 2018, com a aprovação de uma lei sancionada pelo governo do então presidente Michel Temer (MDB), que criou o modelo de bets esportivas no país. Apesar da liberação, o governo de Jair Bolsonaro (PL) não avançou com a regulamentação do mercado durante seu mandato. Já em 2023, sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi aprovada a lei nº 14.790/2023, que visava estruturar o setor e mitigar possíveis impactos sociais.

Em sua argumentação, a PGR afirma que as normas que autorizam o funcionamento das bets carecem de “requisitos mínimos de preservação de bens e valores da Constituição Federal”. Segundo o órgão, a legislação permite a “exploração e divulgação irrestrita” de plataformas de apostas sem garantir a proteção adequada aos usuários e ao mercado nacional, agravada pela presença de empresas sediadas fora do Brasil, o que dificultaria o controle, a fiscalização e a tributação das operações.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também destacou que o mercado de apostas apresenta “caráter predatório”, expondo consumidores a riscos que desrespeitam direitos fundamentais. Ele ainda argumenta que a legislação compromete direitos sociais, como os relativos à saúde e à segurança alimentar, além de afetar direitos de grupos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com deficiência. A PGR também critica a falta de mecanismos de controle sobre a publicidade das bets, que segundo o órgão, deveria ser submetida a restrições, dada sua associação com produtos considerados de alto risco para a saúde pública.

A questão entrou em debate no STF nesta segunda-feira (11), quando o ministro Luiz Fux declarou que a legislação sobre bets requer ajustes imediatos e destacou a importância de acelerar o julgamento da ADI. Relator do caso, Fux convocou uma audiência pública para discutir a constitucionalidade das normas vigentes, em resposta a uma ação apresentada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, que também questiona a validade da lei nº 14.790/2023. De acordo com Fux, o julgamento poderá ocorrer no primeiro semestre de 2025, porém a urgência do tema pode antecipar a decisão.  

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Túlio Medeiros
Editor-chefe do Portal da TV e escreve sobre televisão e colabora com sites de entretenimento desde 2010. Além de novelas e programas de auditório, sua preferência nas telinhas é acompanhar telejornais locais e nacionais das principais emissoras brasileiras.
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