O CNN Entrevistas deste sábado (11), às 21h45, na CNN Brasil, traz uma entrevista exclusiva com o ministro da Defesa do Brasil, José Múcio Monteiro, em meio à tragédia das enchentes que assolam o estado do Rio Grande do Sul. O ministro, ao pleitear a necessidade de mais recursos para o seu ministério, destacou a gravidade da situação no local, comparando-a a uma guerra. “Esse problema que a gente está no Rio Grande do Sul é uma guerra, ou guerra é só atirar e matar gente?”, questionou.
Durante a entrevista conduzida por Gustavo Uribe e Jussara Soares e gravada em Brasília, José Múcio lamentou que algumas pessoas estejam aproveitando o momento para fazer política, criticando aqueles que afirmam que o governo não está agindo, enquanto 15 mil militares estão envolvidos nas operações de socorro. Ele ressaltou o entrosamento entre as Forças Armadas e o governo, afirmando que os militares são servidores públicos de farda.
O ministro José Múcio Monteiro também abordou o atual clima de polarização política no país, expressando preocupação com a disseminação do ódio e da divisão. Ele destacou: “Ninguém vai salvar uma pessoa e perguntar em quem votou. Parece que a gente está com esse sistema da eleição impregnado na gente e muito ódio, as pessoas estimulando muito a divisão do país.”
Sobre a polêmica envolvendo a suposta recusa do governo brasileiro à oferta de equipamentos do Uruguai, José Múcio Monteiro esclareceu que o país vizinho disponibilizou os recursos necessários em um momento específico, quando as forças nacionais estavam operando com poucos recursos. “O comando militar disse que estava precisando de helicóptero, o Uruguai mandou um helicóptero e está lá o helicóptero trabalhando e não foi mais falado sobre esse assunto”, explicou.
Ao falar da questão da incompatibilidade entre carreira política e as Forças Armadas, o ministro enfatizou que foi acordado com os comandantes que quem ingressa na política não retorna às Forças Armadas, pois são carreiras incompatíveis. Ele destacou as consequências dessa dualidade, mencionando que os candidatos militares, ao perderem uma eleição, retornam às fileiras com ideias políticas e posicionamentos ideológicos, o que pode afetar o ambiente militar.
“Quando perde, volta com a frustração de não ter ganhado a eleição, mas com o pensamento político, as posições ideológicas, leva pra dentro do quartel. O que fazem os generais? Transferem para tirar de perto, para não macular sua autoridade; mas aquela semente fica”, diz o ministro. José Múcio Monteiro arremata, com uma comparação internacional: “Nos países mais avançados do mundo, não pode se candidatar.”