O Profissão Repórter desta terça-feira (21) destaca a imprudência no trânsito e a punição aos motoristas que causam acidentes fatais. Segundo dados da CISA (Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool), 10.747 pessoas morreram em um ano em acidentes envolvendo motoristas alcoolizados. A Organização Mundial da Saúde classificou o Brasil como o terceiro país mais perigoso no trânsito em 2022, ficando atrás apenas da Índia e da China.
Desde a prisão preventiva de Fernando Sastre de Andrade Filho, que matou Ornaldo da Silva Viana em um acidente em março deste ano, a equipe do programa acompanha o caso. Lucas e Luan, filhos de Ornaldo, sentem alívio após a prisão de Fernando e esperam que a história do pai sirva de exemplo. “Que não assumam o mesmo risco de dirigir depois de beber”, disse Lucas. No entanto, o caso de Ornaldo não é uma exceção.
O Profissão Repórter mostra ainda que, em Belo Horizonte, Rodrigo Rodrigues Andrade Chiatti matou seu amigo Cayke Pelegrino Tavares enquanto dirigia a 250 km/h. Rodrigo se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi preso em flagrante. Outro caso em Belo Horizonte envolve Marcus Ricardo de Souza, que matou Larissa Rodrigues de Assis. Larissa, recém-formada em Direito, deixou uma filha de oito meses. Rafael Silva, pai da criança, espera que a tragédia conscientize outros motoristas.
Profissão Repórter mostra drama de famílias
O repórter Caco Barcellos acompanha o drama de duas famílias que perderam filhos em um acidente na periferia de São Paulo. Cinco adolescentes morreram após colidir contra um ônibus. Izelia Rodrigues, mãe de Bryan, o motorista, chegou ao local com esperanças de encontrar o filho vivo. Pedro Marques, pai de Bryan, acredita que o filho era um bom motorista. Já Américo, pai de Beatriz e Raíssa Vitória, afirma que os jovens estavam em um racha. Camila, a única sobrevivente, ainda não se lembra do acidente.
Ainda no Profissão Repórter, Guilherme Belarmino investiga a eficácia da punição aos motoristas que cometem homicídio no trânsito. Após mudanças no Código de Trânsito Brasileiro, os homicídios dolosos caíram de 52 casos em 2017 para 10 em 2023, enquanto os culposos aumentaram de 3.487 para 3.870. O professor Maurício Januzzi explica que a mudança na lei agravou a sensação de impunidade.
O subprocurador-geral de Justiça Criminal, Ivan Francisco Pereira Agostinho, acredita que a mudança na lei dificultou a punição severa aos motoristas embriagados. “Essa lei mais atrapalhou do que ajudou”, disse Ivan ao Profissão Repórter. A reportagem mostra diversos casos de motoristas que, após beber, dirigiram em alta velocidade, mataram pessoas e fugiram sem prestar socorro, respondendo por homicídio culposo.
O Profissão Repórter vai ao ar nesta terça (21), depois da série Sob Pressão, na Globo, a partir das 23h50.