A TV Cultura ampliará sua presença nacional com a estreia da TV Cultura Rio, prevista para o dia 14 de abril. A iniciativa ocorre por meio de uma parceria entre a Fundação Padre Anchieta e a Fundação Universo, responsável por operar o canal em território fluminense. A nova emissora deve alcançar 12,7 milhões de telespectadores em 25 municípios do estado do Rio de Janeiro.
O que aconteceu?
- TV Cultura estreia sinal próprio no Rio de Janeiro no dia 14 de abril
- Fundação Universo firmou parceria para representar a emissora no estado
- Transmissão passa a alcançar até 12,7 milhões de telespectadores fluminenses
- Cultura Rio será exibida no canal 32.1 da TV digital em sinal aberto
- Nova cobertura inclui 25 municípios da região metropolitana e interior do RJ
- Grade exibirá atrações como Roda Viva, Jornal da Cultura e Provoca
- Sinal digital foi ampliado e aprimorado para maior alcance regional
Conforme comunicado da emissora, a programação estará disponível no canal digital 32.1 e incluirá os principais programas da grade da TV Cultura, como Roda Viva, Jornal da Cultura, Provoca, Repórter Eco e Quintal da Cultura. Além disso, a parceria deverá fortalecer a produção de conteúdo jornalístico regional, com foco em educação e entretenimento, e melhorar o sinal em toda a região metropolitana do Rio.
A TV Cultura foi criada pelos Diários Associados e entrou no ar em 20 de setembro de 1960, no canal 2 de São Paulo. A emissora iniciou suas operações com um pequeno estúdio no centro da capital paulista e utilizava a infraestrutura da antiga TV Tupi (1950-1980). O slogan de lançamento era “um verdadeiro presente de cultura para o povo”.
Nos primeiros anos, a TV Cultura contava com técnicos e artistas da TV Tupi e apresentava uma grade de programas próprios. Apesar da origem ligada aos Diários Associados, a emissora assumiu uma proposta distinta, voltada à cultura e à educação. Em 1963, firmou parceria com o Governo de São Paulo e o SERTE (Serviços de Educação de Rádio e Televisão), criando espaço para conteúdo educativo.
Incêndio atingiu estúdio da TV Cultura
Um incêndio em 28 de abril de 1965 destruiu o estúdio principal da emissora, localizado no Edifício Guilherme Guinle. Com isso, a produção foi transferida provisoriamente para estúdios da TV Tupi. Em 1966, a TV Cultura passou a operar em uma nova sede no bairro da Água Branca, em São Paulo, mas a crise financeira levou à venda do canal.
A Fundação Padre Anchieta foi criada em 1967 pelo governo paulista, durante a gestão do governador Abreu Sodré (1917-1999). Em 1969, a entidade adquiriu a TV Cultura dos Diários Associados, transformando a emissora em um canal público de caráter educativo. A reinauguração oficial ocorreu em 15 de junho de 1969, após quatro meses de transmissões experimentais.
O primeiro programa exibido na nova fase foi o documentário Planeta Terra. Na sequência, vieram atrações como A Moça do Tempo, com Albina Mosqueiro, e o Curso de Madureza Ginasial, que teve entre suas professoras a socióloga Ruth Cardoso (1930–2008). A proposta da emissora era unir qualidade educativa e apelo televisivo.
Emissora investiu na expansão do sinal
Ao longo dos anos 1970 e 1980, a TV Cultura investiu na interiorização do sinal com apoio da extinta Telesp (Telecomunicações de São Paulo) e do Ministério das Comunicações. Em 1986, um novo incêndio danificou equipamentos da sede, mas a emissora conseguiu voltar ao ar com apoio de outras redes. Em 1992, inaugurou a Torre Cultura no bairro do Sumaré, ampliando a transmissão.
Em 1993, foi criada a Rede Cultura de Televisão, com sinal via satélite para todo o Brasil. No entanto, a rede perdeu força após a criação da TV Brasil em 2007, o que resultou em cortes de retransmissoras. A emissora seguiu investindo em parcerias com veículos como a Folha de S.Paulo e o UOL, especialmente a partir de 2012.
Nos anos seguintes, a TV Cultura enfrentou crises orçamentárias e greves, com demissões e corte de programas. Em 2024, a Fundação Padre Anchieta entrou em conflito com o governo paulista, após contingenciamento de verbas e tentativa de alterar o conselho curador. A fundação passou a buscar apoio externo para manter a programação.