A TV Cultura exibe no próximo domingo (16) o documentário inédito Um Estado Devastado pelas Águas – A Tragédia no Rio Grande do Sul. Com duração de uma hora, a produção é uma obra da jornalista premiada Laís Duarte, do repórter cinematográfico Adriano Tavares e do assistente técnico Erinaldo Clemente.
A equipe do departamento de Jornalismo da TV Cultura passou duas semanas acompanhando o drama das famílias que perderam tudo. O documentário também mostra o incansável trabalho de resgate realizado pelos bombeiros e voluntários, além do apoio das Forças Armadas aos desabrigados.
A reportagem esteve na linha de frente, acompanhando equipes de bombeiros, visitando abrigos, hospitais de campanha, centros de doações e locais improvisados para acolher milhares de animais domésticos afetados pela enchente histórica. O programa será exibido pela TV Cultura às 16h.
A produção aborda a questão climática, entrevistando o climatologista Carlos Nobre, engenheiros e especialistas que explicam a catástrofe, que superou a grande enchente de 1941. Naquela época, o nível do Guaíba chegou a 4,76 metros após 22 dias de chuva ininterrupta em maio daquele ano.
Em 2024, a tragédia é ainda maior. O nível do Guaíba atingiu 5,33 metros. Quase 500 cidades foram afetadas, com cerca de 600 mil pessoas desalojadas e quase dois milhões e meio de moradores impactados. O documentário também apresenta explicações e possíveis soluções para a tragédia, dando voz a engenheiros, cientistas, médicos, moradores e autoridades que estão envolvidos na reconstrução do estado.
Durante 14 dias de reportagens em Porto Alegre e região metropolitana, a equipe da TV Cultura coletou pelo menos 80 relatos e entrevistas. Nas áreas atingidas no interior do estado, a equipe contou com o apoio da Ulbra TV, afiliada da emissora com sede em Canoas.
Entre os desabrigados, a repórter Laís Duarte encontrou a pescadora Flávia Nazareth, exemplo de resiliência do povo gaúcho. Flávia perdeu quase tudo e atualmente vive em uma barraca, dormindo em um carro à beira de uma estrada. “Vamos conseguir tudo de novo. Tenho certeza, tenho fé, sou muito forte, eu e todos que estão aqui, né!”, relatou.
“Deus só dá para a pessoa aquilo que ela pode suportar! […] A gente não perdeu tudo, nós estamos aqui, né? Tudo é se eu não tivesse aqui meus filhos, minha filha, meu neto, meu cunhado, meu genro, minha nora, meu marido, aí sim, teria perdido tudo… Mas nós não perdemos tudo, nós estamos aqui para recomeçar. Família que é o principal de tudo […] é a família”, disse a moradora.