A TV Cultura produziu o documentário A Vida de Vlado – 50 anos do caso Herzog para marcar as cinco décadas do assassinato do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), que na época era diretor de Jornalismo da emissora. Com quase duas horas de duração, o longa será lançado na 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, no dia 24 de outubro. A exibição na TV acontece no dia seguinte, 25 de outubro, data da morte de Vlado.
O que aconteceu?
- A TV Cultura produziu um documentário sobre o assassinato de Vladimir Herzog.
- O lançamento marca os 50 anos da morte do jornalista, em 25 de outubro.
- A estreia ocorrerá na 49ª Mostra de Cinema de SP, em 24 de outubro.
- A exibição na TV Cultura está agendada para o dia 25 de outubro, às 23h.
- A produção conta com narração do jornalista Chico Pinheiro.
- O longa resgata fotos inéditas e depoimentos de familiares e colegas.
- O documentário também homenageia a luta de Clarice Herzog por justiça.
Narrado pelo jornalista Chico Pinheiro e com direção de Simão Scholz, o documentário narra a história da família Herzog e a vida de Vladimir até sua morte, em 25 de outubro de 1975. O crime se tornou um marco na luta pela redemocratização do Brasil na década de 1970. A produção também aborda o legado do jornalista, mantido pelo Instituto Vladimir Herzog, que apoiou a realização do filme.
Vlado, seu nome original, nasceu na antiga Iugoslávia, em 1937. Sua família fugiu da invasão nazista, passando pela Itália antes de migrar para o Brasil. Aqui, construiu uma vida ao lado da publicitária e pesquisadora Clarice Herzog, que conheceu na USP. O documentário resgata imagens de meio século e fotos inéditas que ilustram a trajetória de Herzog pelo teatro, cinema e jornalismo.
A trajetória profissional de Vladimir Herzog
A produção reconstitui o perfil de Vlado por meio de depoimentos de seus filhos, Ivo e André Herzog, e de colegas de profissão. Ele iniciou a carreira no jornal O Estado de S. Paulo, foi editor na Revista Visão e trabalhou na BBC de Londres, além de ter tido duas passagens pela TV Cultura. No cinema, fez documentários e o roteiro inicial do filme Doramundo, de João Batista de Andrade.
Para compor o documentário, foram ouvidos ex-presos políticos como os jornalistas Paulo Markun, Dilea Frate e Sergio Gomes. Eles foram presos e torturados na mesma época do assassinato de Vladimir Herzog no DOI-CODI. O jornalista Marco Antonio Rocha, que trabalhou com Vlado, lembra do colega como alguém sempre preocupado com o rigor da informação e com a função social do jornalismo.
O documentário também refaz o doloroso caminho de Clarice Herzog para responsabilizar os culpados pela morte do marido. Em plena vigência do AI-5, Vlado se apresentou voluntariamente ao DOI-CODI e, como outros acusados de subversão, foi preso sem ordem judicial, torturado e morto. A morte dele se tornou um símbolo da luta contra a ditadura e a farsa do suicídio montada pelo exército.
Foram ouvidos ainda a fotógrafa Elvira Alegre, única a registrar o velório de Herzog, o advogado da família, Samuel Mac Dowell, e o ex-juiz Márcio de Moraes, que condenou a União pelo assassinato. A produção resgata filmes raros do Culto Ecumênico na Catedral da Sé, em 31 de outubro de 1975, e do descerramento do túmulo do jornalista um ano após sua morte.
Lançamento na Mostra de Cinema
A estreia de A Vida de Vlado – 50 anos do Caso Herzog acontecerá no dia 24 de outubro, às 19h, na Cinemateca Brasileira, como parte da 49ª Mostra de Cinema. Após a exibição, haverá uma mesa de debate com Ivo Herzog, presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog, e o jornalista Paulo Markun, com mediação de Marília Assef, diretora de Jornalismo da TV Cultura.