A TV Globo está preocupada com a possibilidade da volta do horário de verão. Na semana passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou ao Ministério de Minas e Energia o adiantamento dos relógios em uma hora no Brasil. A proposta, que ainda é discutida por outros órgãos do governo, tem gerado apreensão na emissora por causa da estreia de sua nova novela das seis, Garota do Momento.
A trama que substituirá No Rancho Fundo, que está em reta final de gravações, será um dos primeiros lançamentos da emissora após o fim do período eleitoral, em 27 de outubro. Com o horário de verão possivelmente voltando em 2024, a emissora se preocupa com o histórico de queda de audiência que suas produções enfrentaram em anos anteriores, quando lançamentos coincidiram com a mudança de horário.
A informação é da coluna Outro Canal, da Folha de S.Paulo. Segundo a reportagem, a TV Globo não tem como antecipar ou atrasar a estreia de Garota do Momento porque o planejamento de programação já está definido há algum tempo. Além disso, No Rancho Fundo já está na reta final das gravações. Nesse sentido, a rede ainda está preocupada sobre como ficará a programação das afiliadas nos estados Norte e Nordeste, que não entram no horário de verão.
Nessas regiões, como acontecia até 2019, a programação das parcerias da TV Globo era atrasada com a chamada Rede Fuso. Geralmente, os programas sofriam um atraso de 1h e a única atração exibida ao vivo era o Jornal Nacional e as transmissões de futebol. A proposta da volta do horário de verão visa alterar o horário de pico de consumo de energia para um período com maior geração solar, com o intuito de diminuir o uso de usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes.
O que é o horário de verão?
O horário de verão, extinto em 2019 durante o governo Jair Bolsonaro (PL), funcionava como um recurso para deslocar o consumo de energia elétrica para horários com maior luminosidade natural, aproveitando a geração solar. Com a suspensão da medida, argumentava-se que a economia de energia era baixa e os avanços tecnológicos alteraram o padrão de consumo no país.
O plano de retorno do horário de verão surge em um contexto de seca prolongada, o que tem levado à necessidade de acionamento das usinas termelétricas. A redução dos reservatórios das hidrelétricas pressiona o governo a buscar alternativas para garantir o fornecimento de energia sem aumentar o uso de termelétricas.