Zezé Motta será homenageada no próximo episódio do Tributo, da Globo, que vai ao ar nesta sexta-feira (10). A artista, conhecida por sua versatilidade tanto como cantora quanto como atriz, celebrará mais de cinco décadas de carreira. Eternizada como Xica da Silva no filme homônimo de Cacá Diegues, lançado em 1976, ela reconhece o impacto significativo que o papel teve em sua vida profissional, projetando seu nome para além das fronteiras do país.
“Sempre falo que chegar aos 78 anos tem essa vantagem: há muita história para contar”, diz Zezé, cujo talento artístico se manifestou desde a pré-adolescência. No Tributo, ela relembra com carinho figuras importantes de sua jornada, como Marília Pêra (1943-2015), que sugeriu seu nome artístico, e nomes como Moraes Moreira (1947-2020), Rita Lee (1947-2023) e Roberto de Carvalho, que contribuíram para impulsionar sua carreira musical.
No entanto, o caminho de Zezé até o destaque foi marcado por desafios. Desde a fiscalização dos censores da ditadura até críticas pela exposição de seu corpo, a artista enfrentou obstáculos. Mas, entre os maiores desafios, estava a falta de representatividade para artistas negros. “Quando as coisas deram certo para mim, eu comecei a olhar em volta e falei: ‘cadê todo mundo?'”, lamenta Zezé, destacando a escassez de espaço para profissionais negros na indústria.
Sua atuação em prol do protagonismo negro é reconhecida por colegas e diretores, destacando seu compromisso com a causa ao longo dos anos. O programa sobre Zezé Motta será exibido nesta sexta (10), por volta de 23h15, depois do Globo Repórter. Tributo é uma série original do Globoplay, com redação de Isadora Wilkinson e Lalo Homrich, direção artística de Antonia Prado, direção de Matheus Malafaia e direção de gênero de Mariano Boni.
