A atriz Laura Cardoso, uma das grandes damas da televisão brasileira, será a próxima homenageada no especial Tributo, da Globo. O programa, que vai ao ar nesta sexta-feira (26), após o Globo Repórter, traça um perfil emocionante da “operária da arte”, como ela mesma se define.
Aos 96 anos, Laura Cardoso ostenta uma disposição e vitalidade invejáveis para o trabalho. “Eu amo representar. Quer me ver bem? Ponha-me no palco, na televisão, no rádio, no circo. Gosto de trabalhar, de representar e dizer o texto. Sou uma operária: se tiver de levantar às 3h, 4h da manhã para gravar, eu vou”, declara a veterana.
Inspiração para gerações de colegas, Laura é elogiada por sua disciplina em cena e pela capacidade de se despir de qualquer vaidade em nome da arte. Orgulhosa de nunca ter recusado um papel, Laura Cardoso afirma que jamais se deixou guiar pela aparência.
“Fosse papel de mulher feia, de mulher bonita, ruim ou boazinha, de mãe, de avó e bisavó. Era eu fazendo o meu trabalho, com o que Deus me deu de talento. E eu acho que ele me deu”, confidencia a intérprete no documentário original Globoplay.
Disponível na plataforma de streaming da Globo, o Tributo também tem episódios sobre Lima Duarte, que foi o primeiro exibido na estreia na emissora, na última sexta (19); Manoel Carlos, consagrado autor de novelas; do ator Ary Fontoura; e das também intérpretes Zezé Motta e Léa Garcia (1933-2023).
A carreira de Laura Cardoso
A trajetória de Laurinda de Jesus Cardoso, nome de batismo da atriz, é marcada por determinação e superação. Nascida em 1927, em São Paulo, no tradicional bairro do Bixiga, ela trocou o nome para Laura Cardoso por achá-lo mais radiofônico. As novelas transmitidas pelo rádio, aliás, foram as responsáveis por despertar nela a vocação para a atuação.
Em meados da década de 1940, Laura Cardoso fugiu de casa para fazer um teste em uma rádio e foi aprovada. Começava ali uma carreira consagrada, que a levaria a brilhar nos mais diversos palcos. No entanto, a ascensão não foi fácil. A artista teve que superar preconceitos, já que os artistas da época eram marginalizados.
Contratada da Globo desde a década de 80
Laura Cardoso logo se transferiu para a Tupi (1950-1980), a primeira rede de televisão do Brasil. Após a extinção da emissora, na década de 1980, foi contratada pela Globo, onde permanece até hoje. De posse da guloseima favorita da homenageada, o chocolate, a atriz Dira Paes visita a amiga em seu sítio, em Itu, no interior de São Paulo.
Juntas, Laura e Dira relembram a parceria cênica no remake da novela Irmãos Coragem (1995). “Ela não precisa de artifícios, nem de artimanhas. Uma pessoa que não tem vaidade cênica e reúne todos os elementos grandiosos de uma atriz em cena”, elogia Dira, que completa: “Eu aprendi a fazer televisão com a Laura Cardoso. E essa referência ficou no meu DNA de atriz”.
Em um momento emocionante, Laura Cardoso passeia com seu bisneto Fernando pelo fusca azul da família. Eles visitam lugares importantes na trajetória da atriz, como a escola onde ela estudou e a padaria que frequentava com seus pais.
O especial Tributo tem redação de Isadora Wilkinson e Lalo Homrich, direção artística de Antonia Prado, direção de Matheus Malafaia e direção de gênero de Mariano Boni. O programa sobre Laura Cardoso será exibido pela Globo nesta sexta (26), depois do Globo Repórter, por volta das 23h15.